sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Já faz tanto tempo... Apesar disso o cheiro forte do eucalipto ainda está presente.
O sol já cansado decidira retirar-se mais cedo, como é de seu hábito em épocas do ano mais frias. No entanto, os olhares argutos e simbólicos ainda buscavam quase morcegadamente um tipo especial de presa para saciar mais que somente a fome do corpo e sim a sanha da alma.
Impossível falar sobre ele, pois a sensação de espanto ao olharmos beirava a insanidade como a questionar sobre a veracidade daquele invólucro de beleza.
Negro, torneado, braços fortes, arredondamentos exatos e rígidos montavam armadilhas para aprisionar os desavisados em peregrinção profana.
Longa foi a espera para garantir um momento de singela nudez e corporificação da névoa.
Uma brisa incoerente e inconfessável trouxe para si o prêmio maior. Um pênis grosso, potente e perfumado. Sugando languidamente, não demorou para que na escuridão daquele lugar de sussuros e espantos, o gozo farto e quente começasse a percorrer a boca, o rosto e o corpo do prisioneiro das fadas.

Originalmente escrito em 05/05/2010

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