Ninguém poderia negar a geometricidade daquele lugar. Ângulos retos, oblíquos, obtusos e excusos conviviam de forma individualizada e perfeita.
Não se digladiavam antes sim compunham o cenário no qual tantas regras, tabus e convenções desapareciam por completo.
Feio e bonito, pobre e rico, sarado e obeso, cheirosos e fétidos, e tantos opostos dividiam espaços, corpos e sensações.
Num gueto de tantas cerimônias e preconceitos, aquele era um espaço singular, no qual estavam dispostos somente homens bestializados, ou não, procurando alcançar através de um jorro algo próximo de uma libertação plena, mesmo que essa sensação seja breve e repleta de esvaziamento.
Eu observo atentamente aquelas pessoas e as desejo, gostaria de tomar para mim todas como se tivesse a possibilidade de absorvê-las para nutrir minha própria devassidão. Apesar disso, observo, aprendo e escolho aquele que desperta o desejo mais crú. Só como estávamos, pois todos os ângulos já haviam sido dispensados, finalmente nos encontramos frente a frente.
Seu caralho reluzia soberbamente e dele se desprendia a gota através da qual tudo começa e se finda e numa ânsia louca tentei devorá-lo causando movimentos que percorriam toda aquela pessoa translúcida.
A cada chupada aumentava o ritmo de ansiedade pelo mais e no meio do frenesi o esperma começou a escorrer vigorosamente pouco cauteloso através dos pelos do meu braço.
Originalmente escrito em 05/05/2010
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