terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Retomada - Parte 2

Em minhas primeiras tentativas de escrita é possível perceber o fel característico dos primeiros meses após o fim de namoro não tão bem resolvido assim, mas logo começariam a surgir as delícias e loucuras das primeiras incursões ao divertido mundo do sexo gay.
Sou um observador voraz e um curioso incurável, por conta disso acabei coletando dados e impressões sobre a hipocrisia e o preconceito que permeiam os lugares gays e fiquei intrigado com muitas coisas.
Depois de um período de maior produção de textos precisei dirigir meu olhar para o mundo profissional e acadêmico, pois a vida decidiu tomar outros rumos e era o momento de aproveitar a chance dada pela Deusa da Oportunidade que, reza a lenda, possui cabelos somente na parte da frente da cabeça!
Hoje volto com outras percepções, novas experiências e uma necessidade imensa de trazer à tona histórias vivenciadas nos “lugares” virtuais onde os gays de certa forma convivem e também um pouco das delícias e dissabores de ter uma relação aberta.
A virtualidade trouxe desafios sem, no entanto, diminuir a solidão ou aproximar pessoas como muitos acreditaram num primeiro momento. Tenho a impressão que essa funciona como uma espécie de “dimensão” na qual é possível ser quem se deseja ser, sem que isso necessariamente corresponda à realidade...uma verdadeira ilha da fantasia! A fuga para o virtual parece ser um modo de evitar os riscos típicos de um encontro ao vivo e cada vez mais destinamos um tempo precioso para ler perfis em sites como Disponível e Manhunt, já um tanto ultrapassados, e gastamos muitos bytes para sentir virtualmente o corpo de outros homens por meio dos radares gays, tais como: Hornet, Grindr e Scruff. Aplicativos esses cuja especialidade é apresentar os metros que nos separam da concretização (ou não) de uma nova experiência, uma dinâmica com pitadas de sadomasoquismo.
Espero que meus textos incomodem e ajudem a questionar alguns dos preconceitos tão naturalizados! Por conta da proposta de retratar os encontros virtuais talvez eu reproduza termos e estruturas desse tipo de comunicação.
Acredito que o gay tem o direito de ser livre em sua expressão afetiva/sexual, mas também deve ser um crítico mordaz das verdades absolutas e da “tradição”. Considero mais importante arejar ideias do que apostar simplesmente na ousadia da forma (roupas, piercing, cabelos, tatuagens, etc.).

Espero que vocês gostem dos novos textos e se quiserem entrar em contato estarei por aqui.

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