Em minhas primeiras tentativas
de escrita é possível perceber o fel característico dos primeiros meses após o fim
de namoro não tão bem resolvido assim, mas logo começariam a surgir as delícias
e loucuras das primeiras incursões ao divertido mundo do sexo gay.
Sou um observador voraz e
um curioso incurável, por conta disso acabei coletando dados e impressões sobre
a hipocrisia e o preconceito que permeiam os lugares gays e fiquei intrigado
com muitas coisas.
Depois de um período de
maior produção de textos precisei dirigir meu olhar para o mundo profissional e
acadêmico, pois a vida decidiu tomar outros rumos e era o momento de aproveitar
a chance dada pela Deusa da Oportunidade que, reza a lenda, possui cabelos
somente na parte da frente da cabeça!
Hoje volto com outras
percepções, novas experiências e uma necessidade imensa de trazer à tona
histórias vivenciadas nos “lugares” virtuais onde os gays de certa forma
convivem e também um pouco das delícias e dissabores de ter uma relação aberta.
A virtualidade trouxe
desafios sem, no entanto, diminuir a solidão ou aproximar pessoas como muitos acreditaram
num primeiro momento. Tenho a impressão que essa funciona como uma espécie de “dimensão”
na qual é possível ser quem se deseja ser, sem que isso necessariamente corresponda
à realidade...uma verdadeira ilha da fantasia! A fuga para o virtual parece ser
um modo de evitar os riscos típicos de um encontro ao vivo e cada vez mais
destinamos um tempo precioso para ler perfis em sites como Disponível e Manhunt, já um tanto ultrapassados, e gastamos
muitos bytes para sentir virtualmente o corpo de outros homens por meio dos
radares gays, tais como: Hornet, Grindr e Scruff. Aplicativos esses cuja especialidade
é apresentar os metros que nos separam da concretização (ou não) de uma nova experiência,
uma dinâmica com pitadas de sadomasoquismo.
Espero que meus textos
incomodem e ajudem a questionar alguns dos preconceitos tão naturalizados! Por
conta da proposta de retratar os encontros virtuais talvez eu reproduza termos
e estruturas desse tipo de comunicação.
Acredito que o gay tem o
direito de ser livre em sua expressão afetiva/sexual, mas também deve ser um
crítico mordaz das verdades absolutas e da “tradição”. Considero mais importante
arejar ideias do que apostar simplesmente na ousadia da forma (roupas,
piercing, cabelos, tatuagens, etc.).
Espero que vocês gostem
dos novos textos e se quiserem entrar em contato estarei por aqui.
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