domingo, 15 de novembro de 2020

Casa das Rosas

 A tarde estava assim... cálida e auspiciosa.

Parecia um dia como tantos outros e realmente as coisas tinham sido planejadas para serem assim, afinal de contas era um encontro como outro qualquer, num dia como outro qualquer e num local como outro qualquer. 

Um "olá" tímido e uma indefinição em relação a onde ir... para papear se pensou num lugar despretensioso e por conta da proximidade a escolha recaiu sobre a antiga Casa das Rosas.

As risadas já fluíam soltas, a zueira era total e o papo aberto e maluco, como tantas outras vezes.

Ao ultrapassar os portões da Casa nos deparamos com o jardim das rosas... Estranho simbolismo... para alguns remete ao amor e para outros a beleza que atrai para logo em seguida machucar. Nada disso importava quando o primeiro beijo foi dado, pois só havia o beijo e o cheiro daquele homem... um cheiro doce, suave e inebriante. Só importava o sabor daquele beijo, a textura aveludada daquela pele... aquele sorriso imenso e solto. 

Cada momento foi sorvido intensamente e cada pequeno gesto carregava em si algo de entrega, ansiedade, tristeza, alegria e, por que não dizer êxtase?

Demorei para entender aquele mosaico insano de sensações...talvez até hoje não consiga compreender como aquilo pôde acontecer. Foi algo libertador e ao mesmo tempo asfixiante! Um curto período de tempo onde possibilidade e impossibilidade dividiram a mesma morada.

Havia muitas coisas e pessoas em jogo, como resolver a difícil equação por trás da troca do certo pelo duvidoso?

Hoje só me resta o cheiro daquele cabelo e angústia de não ver mais aquele sorriso que se tornou tão importante numa fração de segundo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário